Medula Óssea

Doador de medula óssea é convocado três vezes para salvar pacientes no Brasil e no exterior



Em 2025, o Dia Mundial do Doador de Medula Óssea (WMDD, na sigla em inglês), será celebrado no dia 20 de setembro, com o tema “Heróis da Esperança”. E o Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME), do Instituto Nacional de Câncer (INCA), que é vinculado ao Ministério da Saúde, não poderia ter escolhido melhor forma de homenagear esses verdadeiros heróis da vida real do que compartilhando histórias inspiradoras como a de Raphael Athayde de Souza, de 38 anos.

Morador do Espírito Santo, Raphael viveu um feito raro ao ser convocado três vezes para doar medula óssea: uma para um paciente no Brasil e duas para um paciente nos Estados Unidos. A terceira doação foi uma DLI (Infusão Linfocitária do Doador), realizada meses após a segunda, como parte do tratamento do mesmo paciente internacional.

Mas essa trajetória de solidariedade, infelizmente, começou com uma perda. Em 2012, o amigo de infância Ronald, o Roninho, foi diagnosticado com leucemia e faleceu pouco depois, sem a chance de um transplante. Raphael participou da mobilização para encontrar um doador e fez seu cadastro no REDOME. Mesmo após a morte do amigo, ele manteve a promessa de seguir no banco de dados como potencial doador.

“Prometi que, se um dia pudesse salvar alguém, o nome dele seria sempre lembrado. Eterno amigo Ronald”, conta Raphael.

Capaz de transformar luto em esperança, Raphael se tornou símbolo de solidariedade ao atender três convocações para doar células para transplante. A emoção foi tão intensa a cada convocação que ele compara a sensação de ser chamado para doar à do nascimento de seu filho: “Foram os melhores sentimentos que já tive na vida. Poder salvar uma pessoa com câncer, salvando também toda sua família e amigos, é realmente para se sentir um super-herói. Eu me emociono todas as vezes que falo a respeito”.

Quando soube que uma das doações seria enviada aos Estados Unidos, Raphael sentiu surpresa e gratidão. “Fiquei muito maravilhado ao descobrir que o banco era mundial e que fui o escolhido entre todas pessoas no mundo para salvar essa vida”, relembra.

“Saber que o REDOME é para o mundo todo me enche de orgulho. O Brasil precisa do REDOME, os pacientes precisam e nosso trabalho agora é divulgar cada dia mais para alcançarmos mais pessoas e termos mais e mais pessoas curadas”, enfatiza.

Raphael descreve a terceira doação, realizada em Brasília, como uma experiência gratificante: “Foi mais uma vez um sentimento de dever cumprido. A equipe foi extremamente profissional, e me senti muito bem cuidado o tempo todo”.

Hoje, Raphael encontrou um novo propósito: divulgar e incentivar a doação de medula óssea. Por meio do perfil @flamedulaes, ele compartilha informações, vivências e mobiliza novas pessoas. E os frutos já começaram a aparecer.

“Uma amiga me contou que, depois de ouvir minha história, se cadastrou e, em apenas quatro meses, já foi chamada para uma possível doação. Isso mostra que falar sobre o tema funciona e pode realmente salvar vidas”, conclui.

O REDOME lembra que todo processo, incluindo passagens, deslocamentos e hospedagem, é custeado pelo Registro, com recursos do Ministério da Saúde, e que cada doador pode ser convocado apenas três vezes para doar medula óssea ou sangue periférico, passando por uma rigorosa avaliação médica e laboratorial antes da doação.

Ao celebrar o WMDD 2025, o REDOME reconhece o impacto que pessoas como Raphael têm em milhares de vidas. Histórias como a dele lembram que não é preciso capa nem superpoderes para ser herói da esperança, basta estender a mão quando alguém mais precisa.


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